RIO DE JANEIRO (Reuters) - O envio de tropas federais ao Rio de Janeiro para acompanhar as eleições municipais está descartado no momento, mas o TRE do Estado pretende mais rigor e rapidez nas investigações sobre candidatos beneficiados por currais eleitorais.
“O Rio de Janeiro está em boas mãos... Volto para Brasília reconfortado com o empenho das autoridades de segurança do Estado”, disse o presidente do TSE, Carlos Aires Britto, em entrevista a jornalistas, após reunião na segunda-feira com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o presidente do TRE-RJ, desembargador Roberto Wider.
O envio de tropas federais ao Rio foi cogitado pela intimidação a candidatos em atividades de campanha e a denúncias de formação de currais eleitorais pelo tráfico e por milícias que atuam em comunidades carentes da cidade.
Britto salientou que o envio de tropas federais não está totalmente descartado e que vai depender “da evolução das eleições no Rio.”
Tarso Genro considera desnecessária a presença de tropas federais, mas também não descartou completamente a hipótese.
“Todas as possibilidades estão em aberto. Temos que ver como a situação vai evoluir. Não está nada definido, mas não está descartado”, avaliou Genro.
O ministro da Justiça afirmou que o TRE vai fazer uma campanha contra a formação de currais eleitorais.
O desembargador Roberto Wider disse que o modelo de combate aos currais eleitorais ainda não foi definido pelo TRE.
“Podem ser peças publicitárias ou campanhas na mídia. Nosso objetivo é reforçar o sigilo sobre o voto e a sua inviolabilidade”, declarou o presidente do TRE-RJ.
“Não há como intimidar as pessoas nessas comunidades com esse tipo de bravata, de que é possível identificar o voto”, acrescentou Britto.
O presidente do TRE reiterou que os currais eleitorais são problemas pontuais.
“É evidente que no Rio existem problemas de segurança... podem acontecer problemas pontuais, mas temos certeza de que com o trabalho que estamos realizando teremos uma eleição tranquila” disse Wider. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)