Sarkozy em coletiva de imprensa em Bruxelas. Photo by Yves Herman
Por James Mackenzie
PARIS (Reuters) - A oposição socialista obteve um resultado expressivo no segundo turno das eleições municipais francesas, no domingo, impondo um golpe ao presidente conservador Nicolas Sarkozy, eleito há apenas dez meses.
O Partido Socialista manteve o controle de Paris e conquistou prefeituras importantes, como as de Toulouse e Estrasburgo. Mas não levou a “jóia” do dia, Marselha, terceira maior cidade do país, onde o UMP (partido de Sarkozy) conseguiu evitar uma humilhação total em nível nacional.
Esse foi o primeiro teste eleitoral de Sarkozy desde que se tornou presidente, em maio. Sua popularidade enfrenta acentuado declínio desde então, especialmente por causa de questões econômicas e do excesso de atenção dada pela mídia à vida pessoal do presidente.
Para os socialistas, estas eleições municipais eram importantes para superar as divisões internas deixadas pela derrota da candidata presidencial Ségolène Royal em 2007. Ao todo, a oposição conseguiu tirar mais de 15 cidades importantes das mãos da direita.
Vários governistas reagiram ao resultado dizendo que os eleitores votaram com base em questões locais, e que o resultado não afeta a política nacional. Nem todos, porém, tiveram esse sangue-frio. “Foi uma noite de derrota”, resumiu Jean-François Cope, dirigente do UMP.
Os líderes socialistas imediatamente pediram que o governo ouça a voz das urnas e abandone reformas “injustas”, mas o primeiro-ministro François Fillon prometeu que não haverá mudanças.
“Não vamos nos esquivar das dificuldades, vamos respeitar nossos compromissos. Com o presidente da República, vamos fazer a França ter sucesso”, disse Fillon pela TV.
Reportagem adicional de Crispian Balmer