Por Tyra Dempster
Vista aérea do lago formado pelo terremoto no condado de Beichuan. Foto tirada em 27 de maio de 2008. Photo by China Daily
DUJIANGYAN, China (Reuters) - A presença de 5.000 toneladas de substâncias químicas e as fortes chuvas estão aumentando a ameaça representada pelos “lagos sísmicos” do sudoeste do país, que correm o risco de inundar áreas vizinhas, disse um jornal na quinta-feira.
O Ministério da Defesa anunciou a liberação de 1 bilhão de iuans adicionais (144,2 milhões de dólares) para s trabalhos em cerca de 35 lagos criados pelo terremoto deste mês em Sichuan. O governo já havia liberado 400 milhões de iuans para a recuperação de barragens menores.
Os produtos químicos, entre os quais os ácidos sulfúrico e clorídrico, ficaram retidos no lago Tangjiashan e tiveram de ser removidos para um local mais seguro, de acordo com autoridades ambientais ouvidas pelo Beijing News.
A China já retirou 150 mil pessoas que vivem abaixo do lago Tangjiashan, formado pelo sismo do dia 12, pois há temores de que ele transborde e inunde a área.
Já foram contados oficialmente 68,5 mil mortos pelo tremor, e ainda há quase 20 mil desaparecidos. Na terça-feira, tremores secundários derrubaram 420 mil casas, sendo que várias delas já estavam inutilizadas.
Os produtos químicos agravam a ameaça de inundação. Eles estavam retidos em diferentes áreas industriais ao longo do lago, segundo o jornal.
O Tangjiashan surgiu porque deslizamentos bloquearam o rio Jianjiang acima da cidade de Beichuan, perto do epicentro do terremoto, na montanhosa província de Sichuan.
Chove no local desde a madrugada de quinta-feira, o que prejudica a tarefa de mais de 600 soldados encarregados de abrirem uma gigantesca vala de drenagem, segundo a agência de notícias Xinhua. Helicópteros que levam equipamentos ficaram impossibilitados de decolar.
Cerca de mil soldados do Exército de Libertação do Povo caminham a pé até o lago, levando consigo mais de dez toneladas de diesel para as escavadeiras já no local.
Alexander Densmore, sismologista da Universidade Durham (Grã-Bretanha) disse que um eventual rompimento do lago provavelmente seria repentino. “Essas barreiras por deslizamentos constituem um risco realmente significativo nessas regiões montanhosas, e nesses vales estreitos não é preciso muito material para criar um bloqueio completo”, explicou ele por telefone.