Por Brian Ellsworth
Soldado venezuelano descansa sobre veículo de transporte blindado que se dirigia para a fronteira com a Colômbia. A Venezuela enviou tanques e unidades da Aeronáutica e da Marinha para a fronteira com a Colômbia, em sua primeira mobilização militar de peso. Photo by Stringer
CARACAS (Reuters) - A Venezuela enviou tanques e unidades da Aeronáutica e da Marinha para a fronteira com a Colômbia, em sua primeira mobilização militar de peso desde que forças colombianas invadiram o território equatoriano para atacar um grupo guerrilheiro, provocando uma crise regional.
A informação sobre a movimentação das tropas partiu do ministro venezuelano da Defesa, na quarta-feira.
A manobra amplia as tensões surgidas depois da operação militar colombiana do sábado, quando foram mortos membros da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que aquele ataque poderia deflagrar uma guerra na região andina.
Apesar de o Equador e a Venezuela terem enviado soldados para a fronteira com a Colômbia nos últimos dias, não havia surgido, até agora, nenhum indício de uma grande movimentação de forças militares.
Respondendo a uma ordem dada por Chávez no domingo, as Forças Armadas da Venezuela começaram a enviar dez batalhões de tanque para a fronteira e colocaram em alerta a Aeronáutica e a Marinha. Analistas estimam que uma mobilização do tipo poderia incluir mais de 200 tanques.
A Colômbia disse que não estacionará um contingente suplementar de soldados em sua fronteira para responder à manobra dos países vizinhos.
Na crise, os aliados Equador e Venezuela enfrentam a Colômbia, que recebe bilhões de dólares em ajuda militar dos Estados Unidos para combater o tráfico de drogas e os grupos guerrilheiros.
Além da mobilização militar, os governos equatoriano e venezuelano cortaram suas relações diplomáticas com o governo colombiano. A crise fez com que vários países do mundo pedissem calma às três nações andinas.
Apesar da manobra da Venezuela na quarta-feira, o Equador acenou com um gesto de reconciliação, oferecendo à Colômbia uma saída diplomática da crise caso este país peça desculpas pela violação territorial e prometa não realizar novas ações do tipo.
“Espero que no curto prazo as relações possam ser restabelecidas”, afirmou o vice-presidente do Equador, Lenin Moreno, à rádio colombiana Caracol.
Capitaneados pelo peso pesado da diplomacia regional, o Brasil, os países latino-americanos, em sua maioria, condenaram a Colômbia por ingressar no Equador para matar guerrilheiros das Farc e conclamaram o governo colombiano a pedir desculpas.
Reportagem adicional de Pat Markey em Bogotá