Por Daniela Machado
SÃO PAULO, 4 de outubro (Reuters) - Dados sobre o comportamento da indústria brasileira recheiam a quinta-feira, dia em que a agenda de indicadores mais ligados ao mercado financeiro dá uma trégua e coloca à prova a recente realização de lucros.
Na quarta-feira, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo caiu com forte volume de negócios, afetada principalmente pelas ações da Companhia Vale do Rio Doce VALE5.SA, e o dólar subiu pelo segunda sessão consecutiva.
O desempenho se deu após um forte rali dos ativos brasileiros nos últimos dias motivado pela percepção global de que o pior da crise de crédito já passou.
Também na véspera, o ex-chairman do Federal Reserve Alan Greenspan fez uma avaliação semelhante. “Estamos começando a ver o frenesi se acalmar... A menos que tenhamos efeitos secundários, o pior acabou”, disse em uma conferência em Lisboa.
Nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a produção industrial de agosto. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) já mostraram aumento de 1,3 por cento das vendas em agosto sobre julho e uso da capacidade instalada praticamente intacto no patamar de 82 por cento.
A mediana das estimativas de analistas ouvidos pela Reuters aponta crescimento de 0,6 por cento da produção em agosto, após uma queda em julho.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anuncia o desempenho do setor em setembro.
Juntos, os dados podem dar uma panorama sobre a demanda doméstica —suporte do crescimento do país este ano e alvo de atenção do Banco Central nas decisões sobre o juro básico.
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Veja como encerraram os principais mercados na quarta-feira:
CÂMBIO BRBY
O dólar terminou a 1,840 real, em alta de 0,82 por cento. O volume no segmento interbancário foi de 3,747 bilhões de dólares.
O Ibovespa caiu 3,09 por cento, a 60.098 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 8,3 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS .BR20
O índice de principais ADRs brasileiros fechou em queda de 4,02 por cento, aos 33.202 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
A maioria dos contratos de depósito interfinanceiro (DI) fechou em alta na Bolsa de Mercadorias & Futuros. O DI janeiro de 2009 subiu para 11,24 por cento, enquanto o DI janeiro de 2010 avançou a 11,28 por cento.
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, recuou para 134,188 por cento do valor de face no final da tarde, oferecendo rendimento de 5,57 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS 11EMJ
No final da tarde, o risco Brasil cedeu 5 pontos, para 168 pontos-básicos. O EMBI+ estava em 197 pontos-básicos.
O índice Dow Jones .DJI caiu 0,56 por cento, para 13.968 pontos. O Nasdaq .IXIC recuou 0,64 por cento, a 2.729 pontos e o índice S&P 500 .SPX teve queda de 0,46 por cento, para 1.539 pontos.
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, cedeu e o rendimento subiu a 4,56 por cento no final da tarde.
Reportagem adicional de Silvio Cascione, Juliana Siqueira e Fabio Gerkhe