Por Tom Doggett
WASHINGTON (Reuters) - Os preços recordes da gasolina e a retração na economia norte-americana reduzirão a demanda por gasolina durante o verão nos EUA pela primeira vez em 17 anos, informou a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), na terça-feira.
Os preços da gasolina nos EUA atingirão o pico mensal de mais de 3,60 dólares o galão em junho, o que ajudaria a reduzir a demanda automotiva em 0,4 por cento durante o período —que coincide com a alta temporada de viagens de carro no país—, em comparação à temporada anterior, segundo a EIA.
O órgão estimou que a demanda por gasolina durante o verão norte-americano será 36 mil barris por dia menor, somando 9.404 milhões de barris por dia —o que representa a primeira queda no consumo desde 1991.
Os consumidores pagarão em média 3,54 dólares o galão durante o período, que vai de abril até setembro, 61 centavos de dólar acima do valor pago no ano passado, de acordo com a EIA.
No entanto, a entidade alertou que os preços da gasolina em algumas partes dos EUA “superarão a barreira dos 4 dólares o galão.”
“Estas projeções para os preços no varejo refletem os custos médios mais elevados das refinarias com a aquisição de petróleo bruto, cuja média projetada deve atingir aproximadamente 97 dólares o barril, ante 67 dólares o barril no verão passado”, acrescentou.
Apenas em maio e junho, o preço médio do petróleo nos EUA deve chegar a 103 dólares o barril, segundo a EIA. O preço da commodity corresponde a 70 por cento do custo de produção da gasolina.
Os caminhoneiros serão os mais afetados, com o preço do diesel atingindo em média 3,73 dólares o galão neste verão, recebendo um incremento de 88 centavos de dólar sobre os preços do ano passado. A EIA espera que os preços mensais do diesel atinjam o pico de 3,90 dólares o galão em abril.
Os preços elevados da gasolina reduzem a quantidade de dinheiro disponível dos consumidores para a compra de outros bens e serviços, prejudicando a economia dos EUA.
A EIA prevê um declínio na economia norte-americana no primeiro semestre deste ano, seguido por uma melhora na segunda metade de 2008, acumulando um crescimento anual de 1,2 por cento, menor taxa desde 2001.
A agência notou que a distribuição de cheques do governo a partir de maio, com o objetivo de estimular a economia “devem ampliar a renda disponível, mas não devem ter um impacto significativo dobre o consumo de gasolina por automóveis.”
Os preços da gasolina atingirão preços recordes mesmo com oferta abundante do combustível.
Por Tom Doggett