Por Taís Fuoco
SÃO PAULO (Reuters) - A Telefônica quer acirrar a competição no segmento de TV paga no Estado de São Paulo, onde já concorre com companhias como Net Serviços e Sky.
O diretor de clientes residenciais da operadora, Marcio Fabbris, disse à Reuters que até a chegada da empresa no setor “havia certa falta de competição nesse mercado”.
Depois de completar 281,6 mil clientes na TV paga em março, a operadora começou, há cerca de duas semanas, a vender canais de futebol pelo sistema pay-per-view no Estado, um dos diferenciais de Net e Sky na oferta de programação.
Assinantes de qualquer um dos pacotes da Telefônica podem escolher uma das três opções que incluem jogos das série A e B do Campeonato Brasileiro, além de disputas regionais em São Paulo e Rio de Janeiro e o canal Premiere Futebol Clube, que transmite futebol 24 horas por dia.
As opções de pay-per-view custam entre 44,90 e 69,90 reais mensais. Já o pacote mais barato da operadora custa 49,90 reais.
A oferta da companhia de origem espanhola ficou compatível com a oferta das rivais depois que a Telefônica conseguiu acertar a inclusão dos canais Globosat em sua grade. Por isso, Fabbris destaca que, “mesmo no pacote mais barato, o assinante tem canais como SporTV e Globonews” entre os 24 que são oferecidos.
Além do reforço no conteúdo de futebol, a Telefônica começa a vender pacotes para condomínios a partir de junho. Com o compartilhamento dos custos de infra-estrutura e da antena por um prédio, o assinante se beneficia de descontos e até de benefícios como ponto adicional, explicou o executivo.
A oferta em condomínios começa na capital paulista e nas cidades de Santos, Piracicaba e Campinas. “Até o final do ano estaremos nas 10 maiores cidades do interior”, afirmou.
Outra novidade na oferta da TV paga via satélite do grupo será a venda de gravadores digitais capazes de armazenar até 160 horas de programação. O equipamento, segundo Fabbris, é fornecido pela EchoStar e será oferecido em comodato para os assinantes do estado.
Para adquirir o equipamento, o assinante deverá pagar 299 reais e assumir uma mensalidade de cerca de 20 reais. De acordo com o diretor, o gravador “acabou não pegando muito” entre os assinantes das concorrentes por conta do preço, que segundo ele pode chegar a 1,1 mil reais em alguns casos. Nessa oferta, entretanto, ele espera que a opção de gravar a programação para assistir na hora mais conveniente “se massifique bastante”.
A companhia adquiriu licença de TV via satélite junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no ano passado. Além disso, a Telefônica também adquiriu parte das atividades da TVA no Estado de São Paulo.
Segundo Fabbris, o grupo tem conseguido uma adesão média de 15 mil a 20 mil assinantes mensais e fechou o primeiro trimestre com 281,6 mil clientes de TV paga. Mas parte, não revelada, desse total veio da TVA. O número, segundo a empresa, é 22 por cento maior que o registrado nos três últimos meses de 2007.
O executivo preferiu não fazer previsões para o ano, mas afirmou que “a taxa de crescimento não deve ser menor do que a do primeiro trimestre”.
Procurada, a Net Serviços, maior empresa do país em número de clientes de TV por assinatura, preferiu não comentar a estratégia da Telefônica.