BRASÍLIA, 12 de novembro (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na segunda-feira que a descoberta de reserva gigante de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de Santos, tirou o país de incertezas sobre o seu papel no futuro.
Autosuficiente em petróleo, o Brasil passaria a exportador caso o campo marítimo, com reservas estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de óleo leve, se mostre viável comercialmente.
“Saímos de uma situação de muitas incertezas e inquietações para um momento de muita certeza, um momento em que o Brasil definiu que quer ser uma grande nação”, disse Lula, em evento no Palácio do Planalto.
A descoberta da Petrobras deixaria o Brasil entre as 10 maiores reservas de petróleo do mundo, o que levou Lula a ser felicitado na recente Cúpula Ibero-Americana, em Santiago, onde o presidente venezuelano Hugo Chávez o chamou de “magnata do petróleo”.
“Agora as pessoas andam chamado a gente de xeique, de magnata, chamem do que quiser, o que importa é que o Brasil merecia essa notícia boa”, disse Lula.
O presidente reclamou de entraves a obras de infra-estrutura energética, que prejudicam o desenvolvimento do país e citou um gasoduto de 480 quilômetros, que parte da refinaria de Paulínia, no interior de São Paulo, para se interligar ao gasoduto Reduc-Volta Redonda.
“Faltam 600 metros no terreno de um advogado, mas tem um desembargador que não desembarga”, queixou-se.
CHÁVEZ X REI
O vice-presidente José Alencar, também presente à cerimônia, lamentou o desentendimento entre Chávez e o rei da Espanha, Juan Carlos, na Cúpula Ibero-Americana
“Não podemos fazer juizo à distância. A verdade é que nós assistimos alguma coisa que representou um desentendimento entre um chefe de Estado e outro chefe de governo e de Estado, e isso não é bom”, comentou Alencar.
O vice disse que em qualquer situação é preciso que haja humildade.
“Cervantes ensinou que a humildade é a mais importante de todas as virtudes. Tão importante que sem ela não há virtude que o seja”, acrescentou Alencar citando o escritor espanhol Miguel de Cervantes.
Perguntado se estava se referindo a Chávez, disse que a mensagem serve para todos.
“Isso é para quem quiser ouvir. Cervantes nem sabia da existência do Chávez.”