Por Jeremy Gaunt
LONDRES, 14 de julho (Reuters) - O plano do governo dos Estados Unidos para socorrer as agências de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac foi bem recebido nesta segunda-feira por um dos maiores detentores de ativos em dólar, mas ainda existem temores em relação ao estado das finanças globais.
O Japão disse esperar que o plano anunciado no domingo pelo Tesouro e pelo Federal Reserve dê sustentação às empresas, mas, para um ministro, o mercado mundial está à beira de uma crise.
O banco central de Cingapura, outro grande detentor de ativos em dólares, emitiu um alerta semelhante sobre o risco vivido pelo mercado financeiro e pelas instituições.
O Tesouro dos Estados Unidos e o Fed anunciaram no domingo medidas para emprestar dinheiro e se necessário comprar ativos da Freddie Mac FRE.N e da Fannie Mae FNM.N, empresas de capital aberto com patrocínio do governo.
As duas detém ou fazem a garantia de 5 trilhões de dólares em dívidas, praticamente a metade de todas as hipotecas dos Estados Unidos. Bancos centrais estrangeiros, principalmente na Ásia, têm em mãos 979 bilhões de dólares em bônus e títulos lastreados em hipotecas que foram vendidos pelas agências.
“Esperamos que as medidas tenham um impacto positivo sobre a economia global”, disse o vice-ministro japonês das Finanças, Kazu Sugimoto, em entrevista coletiva em Tóquio.
Mas a esperança está temperada com cautela. A Autoridade Monetária de Cingapura, por exemplo, foi seca.
“Os desafios significativos e os riscos ao mercado financeiro internacional continuam e as instituições financeiras e os investidores devem permanecer vigilantes.”
O plano de socorro foi feito para acalmar os nervos do mercado. As ações da Freddie e da Fannie caíram mais de 40 por cento na semana passada com o temor de que elas estivessem sem capital suficiente.
Muitas praças financeiras reagiram de forma positiva ao plano. As ações européias exibiam forte alta, e as bolsas de Wall Street também operavam com valorização.
Reportagem adicional de Glenn Sommerville, Patrick Rucker, Rachelle Younglai e Mark Felsenthal em Washington, Jeffrey Hodgson e Umesh Desai em Hong Kong, Lynn Adler, Jennifer Ablan e Al Yoon em Nova York e Eric Burroughs em Tóquio