Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 16 de julho (Reuters) - A queda do petróleo foi a senha para a disparada das bolsas de valores nesta quarta-feira, ao aliviar —ao menos momentaneamente— as pressões inflacionárias e dar conforto a investidores atormentados nos últimos dias pela crise no setor financeiro.
O barril da commodity caiu mais de 4 dólares nos Estados Unidos, para 134,60 dólares por barril, depois que o governo norte-americano anunciou um aumento inesperado nos estoques. Foi o segundo dia seguido de forte queda.
As principais bolsas de valores em Nova York subiram mais de 2,5 por cento. Na Europa, somente a bolsa de Londres ficou em território negativo e, no Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo subiu quase 2 por cento.
Os juros futuros também refletiram o arrefecimento do petróleo. A maioria das projeções, especialmente as mais longas, fechou em queda na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), com o DI janeiro de 2010 abaixo de 15 por cento na maior parte da sessão.
Até o setor financeiro trouxe algum alívio para o mercado. Com o resultado trimestral surpreendentemente positivo do Wells Fargo (WFC.N), um dos principais bancos norte-americanos, as ações do setor se recuperaram de parte das perdas recentes.
Na agenda de indicadores, o mercado se assustou com a inflação ao consumidor nos EUA, que teve em junho a maior alta desde setembro de 2005. A produção industrial, no entanto, cresceu 0,5 por cento e desviou o pessimismo do mercado.
Veja como encerraram os principais mercados nesta terça-feira:
CÂMBIO BRBY
O dólar terminou a 1,597 real, em alta de 0,57 por cento. O volume no segmento interbancário foi de 2,3 bilhões de dólares.
O Ibovespa subiu 1,7 por cento, a 62.056 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 6,75 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS .BR20
O índice de principais ADRs brasileiros fechou em alta de 2,8 por cento, aos 37.519 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
A maioria dos contratos de depósito interfinanceiro (DI) recuou na BM&F. O DI janeiro de 2009 ficou estável a 13,41 por cento, enquanto o DI janeiro de 2010 caiu a 15,00 por cento.
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia para 131,75 por cento do valor de face no final da tarde, oferecendo rendimento de 5,52 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS 11EMJ
No final da tarde, o risco Brasil cedia 13 pontos, a 235 pontos-básicos. O EMBI+ estava em 297 pontos-básicos.
O índice Dow Jones .DJI avançou 2,5 por cento, a 11.239 pontos. O Nasdaq .IXIC teve alta de 3,1 por cento, para 2.284 pontos. O índice S&P 500 .SPX subiu também 2,5 por cento, aos 1.245pontos.
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, recuava e o rendimento avançava para 3,94 por cento no final da tarde ante 3,83 por cento na terça-feira.
(PANORAMA1 e PANORAMA2 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código PAN/SA)
Reportagem adicional de Aluísio Alves e Fabio Gerhke; Edição de Daniela Machado