Por Jack Reerink e Douwe Miedema
NOVA YORK/LONDRES, 17 de setembro (Reuters) - Os sinais de dificuldade no setor financeiro se ampliavam nesta quarta-feira. As ações dos bancos Morgan Stanley e Goldman Sachs despencavam, e a maior concessora de empréstimos hipotecários da Grã-Bretanha, a HBOS, parecia pronta para ser comprada.
O resgate no valor de 85 bilhões de dólares da AIG (AIG.N) pelo Federal Reserve surtiu pouco efeito de calmaria em Wall Street e por todo o mundo.
Na última demonstração de ansiedade por regulação, a SEC (órgão regulador do mercado de capitais norte-americano) reforçou as regras contra vendas abusivas a descoberto.
O custo de empréstimos overnight em dólar superava 10 por cento, indicando a falta de confiança que engolhe o mercado de juro interbancário na Europa.
Ações de dois dos maiores bancos de investimento dos Estados Unidos, o Goldman (GS.N) e o Morgan Stanley (MS.N), caíam 22 por cento e 40 por cento, respectivamente, mesmo depois de ambos terem divulgado lucro acima do esperado.
“O aperto no crédito está se intensificando”, disse Peter Boockvar, estrategista de ações do Miller Tabak & Co, em Nova York.
A AIG, que tem negócios que variam de seguro de vida a leasing de aviões em 130 países, está pagando no momento mais de 11,4 por cento de juros pelo empréstimo.
O resgate da AIG deu algum tempo para que investidores confrontem a turbulência econômica sem precedentes, que alterou as estruturas de Wall Street.
“Graças a Deus”, exclamou Daniel Fuss, influente gestor de ações que acompanha mais de 100 bilhões de dólares na Loomis, Sayles & Co, em Boston.
“A AIG está ligada a tantas pessoas e se conecta a muitas companhias em todo o mundo. Este é um enorme alívio a muitos setores do mercado financeiro.”
O Fed entrou em cena em meio a preocupações de que um colapso da AIG pudesse causar danos em larga escala ao sistema financeiro global, apesar de alguns atores do mercado terem argumentado que a ação do governo traz somente uma folga de curto prazo e pode trazer prejuízos a longo prazo.