RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Chevron Brasil espera decidir com a Petrobras, em meados deste ano, os investimentos necessários para desenvolver os campos de Maromba e Papa-Terra, ambos na Bacia de Campos, operados pela estatal brasileira e entre os cinco com participação da empresa norte-americana no país.
“Se tudo correr bem nesse ambiente de bastante desafios, estimamos 2010 para começar a produzir no primeiro campo (Papa-Terra) e 2011/2012 para o segundo campo (Maromba)”, afirmou a jornalistas o presidente da Chevron Brasil, Daniel Rocha, após palestra no 14o Latin Upstream, que está sendo realizado até quarta-feira no Rio de Janeiro.
Operadora do campo de Frade com 51,7 por cento de participação, que começa a produzir em janeiro de 2009, a Chevron Brasil prevê investir 1,5 bilhão de dólares no país em três anos —sendo 1 bilhão de dólares em Frade— e não teme mudanças de regras que possam desestimular a exploração e produção local.
No campo de Frade a previsão é produzir de 80 a 100 mil barris diários.
A Chevron possui ainda 20 por cento de participação nos projetos Atlanta e Oliva, operados pela Shell e dos quais a Petrobras é co-proprietária.
“Temos bastante confiança no Brasil, no sistema regulador do Brasil desde a abertura (do mercado de petróleo), e vamos esperar pacientemente as novas decisões”, disse Rocha.
O governo brasileiro estuda mudanças no marco regulatório do setor de petróleo e gás para valorizar as reservas do país, depois que a Petrobras anunciou a descoberta de possíveis mega-reservas abaixo da camada pré-sal na costa brasileira.
Rocha disse que mesmo com novas regras, a empresa não deverá deixar de participar de novas ofertas de áreas petrolíferas nos leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“A agência (ANP) é bastante madura, bastante sofisticada...teremos novas ofertas, possivelmente regras diferentes, mas podemos participar”, afirmou.
Para este ano, o governo brasileiro estuda realizar a 10a rodada de licitações de blocos de petróleo e gás e ainda pode reeditar a 8a rodada, suspensa pela Justiça e ainda dependendo de decisão do governo para ir adiante.
Segundo o diretor da ANP Nelson Narciso, presente ao evento, as mudanças regulatórias “estão andando” e a agência já enviou para o Ministério de Minas e Energia sugestões de mudanças feitas pela autarquia a agentes do setor, como o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).
“Temos absoluta consciência que há necessidade de se mexer na participação especial e estamos trabalhando nesse sentido”, afirmou o diretor, referindo-se a uma das taxas cobradas dos produtores de petróleo no país.
Reportagem de Denise Luna