BRASÍLIA, 19 de fevereiro (Reuters) - O ministro da Justiça, Tarso Genro, considerou “madura” a decisão de Fidel Castro de deixar a Presidência de Cuba após quase meio século no poder e viu no movimento um processo de renovação política na ilha.
“Foi uma decisão madura de Fidel. Não só porque suas condições de saúde apontam para a necessidade de sua retirada, mas também porque tudo indica que está em curso em Cuba um processo de renovação política, de renovação institucional e de rediscussão do processo de revolução.”
Tarso defendeu a autodeterminação de Cuba e que o processo de mudança seja comandado pelo próprios cubanos.
“O que deve ser observado é o respeito à integridade do processo político cubano, o princípio da não interferência e o consenso que os cubanos saberão arbitrar seu próprio destino”, afirmou.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse esperar uma transição democrática em Cuba e pregou eleições “livres e justas”, condenando o que classificou de “eleições encenadas dos irmãos Castro”.
O ministro brasileiro enfatizou que não cabe a outros países interferir no destino de Cuba.
“Qualquer interferência externa, arbitrária, intolerante ou autoritária num processo como o cubano efetivamente não ajuda”, condenou.
Texto de Mair Pena Neto; Edição de Fernanda Ezabella