(Texto atualizado com mais informações da assessoria de imprensa da Vale)
Por Denise Luna
COSTA DO SAUÍPE, Bahia, 19 de junho (Reuters) - Depois da venda das suas ações na Usiminas, a Vale planeja se desfazer da sua participação na laminadora California Steel, joint-venture dividida em partes iguais com a japonesa JFE e localizada nos Estados Unidos. O prazo para a operação no entanto ainda não está definido.
O movimento faz parte da estratégia da mineradora de sair dos investimentos siderúrgicos depois de amadurecidos, como já foi anunciado anteriormente.
“Não faz mais sentido, se a gente chegar à conclusão que o retorno financeiro não compensa manter a participação acionária, a gente vende”, disse na quinta-feira o diretor do departamento de participações siderúrgicas da Vale, James Pessoa.
“Depois de oito, dez anos, quando os projetos siderúrgicos estão consolidados a gente sai”, explicou ele, ressaltando que a venda ainda não está sendo avaliada pela diretoria.
A Vale informou mais tarde, por meio de sua assessoria de imprensa, que não negocia no momento sua participação na Califórnia Steel.
Pessoa destacou que a companhia não tem vocação siderúrgica e pretende ser minoritária em todos os projetos siderúrgicos, como os que está atraindo para o Brasil com grandes empresas estrangeiras.
“São quatro projetos em quatro anos que vão acrescentar 20 milhões de toneladas ao parque siderúrgico brasileiro e um investimento de 20 bilhões de dólares, sendo 2 bilhões da Vale”, disse o executivo referindo-se às siderúrgicas CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), no Rio de Janeiro com o ThyssenKrupp; CSV (Companhia Siderúrgica Vitória) no Espírito Santo com a chinesa Baosteel; a CSP (Companhia Siderúrgica de Pecém) com a coreana Dongkuk; e a siderúrgica no Pará, ainda sem nome ou parceiro mas que será feita, de acordo com o diretor.
Segundo Pessoa está cada vez mais complicado desenvolver esses projetos devido ao aumento de custos, que elevou por exemplo a previsão da CSA de 1,8 bilhão de dólares inicialmente para 5,6 bilhões de dólares na última estimativa. Mesmo assim, ressaltou, o aumento do preço do aço mantém o interesse vivo no setor.
“Hoje você fala em mil dólares por toneladas instalada, até pouco tempo atrás se falava em 600, por outro lado o preço da placa era 300 (dólares a tonelada) e hoje é 600”, afirmou a repórteres.
Edição de Inaê Riveras