Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 21 de agosto (Reuters) - A preocupação com o setor financeiro dos Estados Unidos e a alta de mais de 5 dólares do petróleo derrubaram o dólar diante das principais moedas nesta quinta-feira.
A queda diante de uma cesta de moedas .DXY era de mais de 1 por cento no final da tarde, uma das maiores baixas diárias em cinco meses.
Entre os problemas que afetaram a moeda norte-americana está a preocupação com as agências hipotecárias Fannie Mae FNM.N e Freddie Mac FRE.N, que são responsáveis pela maior parte do crédito residencial dos Estados Unidos.
“Parece que nos últimos dias o mercado de câmbio finalmente acordou para isso (Fannie e Freddie)”, disse Richard Franulovich, estrategista de câmbio do Westpac Institutional Bank, em Nova York.
O dólar caiu também no Brasil. Em dia de pouco volume de negócios, pesou a mudança de comportamento dos investidores estrangeiros, que têm diminuído as apostas a favor da valorização da moeda norte-americana.
O preços das commodities voltaram a disparar no mercado internacional. O índice Reuters-Jefferies .CRB subiu 3,7 por cento, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), influenciada por Petrobras (PETR4.SA) e pela mineradora Vale VALE5.SA, sustentou-se em alta pelo terceiro pregão seguido.
O Banco Central divulgou que o país teve déficit em transações correntes de 2,111 bilhões de dólares em julho. Apesar de três vezes maior que no mesmo mês do ano passado, a expectativa do BC é de uma desaceleração do saldo negativo até o fim do ano.
Veja como encerraram os principais mercados nesta quinta-feira:
CÂMBIO BRBY
O dólar terminou a 1,610 real, em baixa de 0,62 por cento. O volume no segmento interbancário foi de 1,5 bilhão de dólares.
O Ibovespa subiu 1,01 por cento, a 55.934 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 4,6 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS .BR20
O índice de principais ADRs brasileiros fechou em alta de 0,94 por cento, aos 33.845 pontos.
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Os contratos de depósito interfinanceiro (DI) fecharam em alta na BM&F. O DI janeiro de 2009 avançou a 13,83 por cento, enquanto o DI janeiro de 2010 subiu a 14,66 por cento.
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia discretamente no final da tarde, para 131,875 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 5,44 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS 11EMJ
No final da tarde, o risco Brasil cedia 6 pontos, a 239 pontos-básicos. O EMBI+ estava em 303 pontos-básicos.
O índice Dow Jones .DJI subiu 0,11 por cento, a 11.430 pontos. O Nasdaq .IXIC caiu 0,36 por cento, para 2.380 pontos. O índice S&P 500 .SPX exibiu alta de 0,25 por cento, aos 1.277 pontos.
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, recuava e o rendimento subia para 3,83 por cento no final da tarde ante 3,81 por cento na quarta-feira.
(PANORAMA1 e PANORAMA2 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código PAN/SA)
Reportagem adicional de Vanessa Stelzer e Rodolfo Barbosa; Edição de Daniela Machado