BRASÍLIA, 27 de outubro (Reuters) - Encerradas as eleições municipais, o PT tem agora o desafio de construir uma candidatura para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, disse na segunda-feira o secretário-geral do partido, José Eduardo Cardoso (SP).
O PT aposta na manutenção da base de apoio de Lula, mas não abre mão de indicar o candidato à presidência em 2010. Aos aliados, caberia apontar o candidato a vice-presidente, e o PMDB saiu das eleições municipais com o maior cacife para pleitear a vaga.
Sem mencionar nenhum nome, nem o da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que aparece como a favorita de Lula, o secretário geral do PT disse que o partido tem que apresentar uma candidatura forte.
“Temos que construir uma nova candidatura, é o inicio de uma nova etapa”, disse Cardoso antes da reunião da Executiva Nacional do PT, referindo-se à primeira eleição em que Lula não será mais o candidato do partido.
Desde a redemocratização do país, Lula disputou todas as eleições diretas para presidente, e com dois mandatos consecutivos não poderá concorrer à reeleição em 2010. Sem Lula, que sempre uniu o partido, o PT terá o desafio de congregar as diferentes correntes internas.
“Isso não será um problema. O partido sai coeso desse processo eleitoral e irá unido para 2010”, afirmou Cardoso.
Sobre o fortalecimento do PMDB, que ganhou o maior número de prefeituras e passou a ser o aliado preferencial do governo e da oposição para 2010, Cardoso acha que o PT tem condições de manter o entendimento com a legenda.
“Não vejo dificuldade em conversar com o PMDB. Nós trataremos todas as nossas forças aliadas com absoluto respeito”, disse ele.
Reportagem de Ana Paula Paiva, Edição de Mair Pena Neto