(Texto atualizado com informações da pesqusia e declarações)
BRASÍLIA, 30 de junho (Reuters) - A avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permaneceu estável em junho, mas a aprovação dos brasileiros em relação ao combate à inflação registrou queda, de acordo com dados de pesquisa Ibope apresentada nesta segunda-feira.
A porcentagem de brasileiros que prevêem que a inflação acelere nos próximos seis meses saltou para 65 por cento em junho, frente aos 49 por cento em março, a sondagem anterior. Este é o maior nível desde março de 2003.
Já a aprovação da política de combate à inflação do governo Lula caiu 10 pontos porcentuais para 41 por cento, frente aos 51 por cento de em março.
“Isto certamente mostra uma desconfiança, que o processo de inflação está mais substancial que no passado”, disse Marco Antonio Guarita, diretor da Confederação Nacional de Indústrias, que encomendou a pesquisa.
A taxa de aprovação do governo Lula se manteve nos 72 por cento, segundo a pesquisa, perto da máxima histórica. Lula é particularmente popular entre os eleitores de baixa renda que foram beneficiados por um salário melhor, menor desemprego e programas de bem-estar social.
A avaliação positiva para o governo como um todo ficou em 58 por cento em junho, mesmo patamar de março, mês da sondagem anterior. A avaliação ruim ou péssima subiu para 12 por cento, um ponto acima de março. O desempenho ainda é o melhor desde a primeira posse do presidente Lula em 2003.
A economia brasileira cresceu mais de 5 por cento desde o ano passado. Mas os crescente custos de energia e a forte demanda de consumo também alimentaram a inflação.
A inflação está prevista para 6,3 por cento neste ano, segundo pesquisa semanal do Banco Central publicada nesta segunda-feira. A meta de inflação do BC é 4,5 por cento, com margem de erro de 2 pontos percentuais.
A inflação brasileira foi de 4,46 por cento em 2007, acima dos 3,14 por cento de 2006, segundo números do governo.
Questionado sobre os resultados da pesquisa, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo tomou medidas para conter a alta dos preços.
“Nós adotamos uma série de medidas no início do ano para combater a inflação. O Banco Central aumentou os juros, nós aumentamos o superávit primário, o crédito teve medidas de restrição. Então nós queremos combater fortemente a inflação, não queremos esculhambar com a economia. Nós precisamos esperar para ver qual o resultado que vai dar e aí, na sequência, se precisar, tomar outras medidas”, afirmou.
O Ibope entrevistou 2002 pessoas em 141 municípios entre os dias 22 e 23 de junho. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
Reportagem de Raymond Colitt e Isabel Versiani; Edição de Carmen Munari