PARIS (Reuters) - No primeiro movimento do gênero, o Facebook permitirá que um pequeno grupo de reguladores franceses passe uma temporada na empresa e examine como a gigante de mídia social combate o discurso de ódio online, disse nesta segunda-feira o presidente da França, Emmanuel Macron.
É a primeira vez que a gigante de tecnologia abre suas portas desta forma, após meses de críticas sobre como decide o que é racista, sexista ou motivado por ódio, e os métodos usados para remover material ilícito compartilhado em sua plataforma.
No projeto piloto, o governo Macron vai enviar funcionários públicos de alto escalão para a empresa por seis meses, a partir de janeiro, com o objetivo de verificar a boa vontade do Facebook e determinar se os controles e contrapesos da empresa podem ser melhorados.
“A ideia é fazer testes e depois produzir um relatório que pretendemos tornar público”, disse um funcionário da presidência francesa.
Para Macron, o movimento é um exemplo do que ele chamou de “regulamentação inteligente”, que o presidente francês quer implementar com líderes de tecnologia como Google, Apple, Facebook e Amazon.
Ainda não está claro se o grupo terá acesso a material altamente sensível, como os algoritmos do Facebook ou códigos responsáveis por remover o discurso de ódio da plataforma.
Mas a equipe pode acabar viajando para a sede europeia do Facebook em Dublin e se necessário, para a matriz de Menlo Park, nos EUA, disse a empresa.
Por Mathieu Rosemain, Michel Rose e Gwénaëlle Barzic