LISBOA (Reuters) - A Portugal Telecom está focada em uma retomada da Vivo com a parceira Telefónica, disse Zeinal Bava, presidente-executivo da operadora portuguesa. O objetivo é fazer com que a companhia, maior empresa brasileira de telefonia celular em número de clientes, mantenha a liderança.
Bava afirmou que a Portugal Telecom tem “uma relação absolutamente extraordinária em termos operacionais” com a Telefónica na Vivo, “que teve um terceiro trimestre bom, não só em termos de receitas, mas em termos de margens”, acrescentou.
“No Brasil, é para continuar o ‘turnaround’ da Vivo, trabalhar para a Vivo continuar a consolidar a sua liderança”, disse Bava aos jornalistas.
Ele reiterou que a liderança será consolidada “não só em termos de número de clientes, mas também em participação de receitas”, afirmou Bava.
A Telefónica detém 10,49 por cento do capital social da Portugal Telecom. Ambas dividem o controle da Vivo.
A parceria entre as duas empresas sofreu arranhões quando a espanhola apoiou a oferta hostil da Sonaecom de compra da Portugal Telecom em 2007, que acabou por fracassar.
A espanhola já informou ter interesse na compra da participação que a tele portuguesa tem na Vivo.
Zeinal Bava afirmou que a Portugal Telecom continua a implementar estratégia que passa pela consolidação do negócio de telecomunicações fixas em Portugal.
“No terceiro trimestre, uma das maiores surpresas foi que conseguimos efetivamente estancar a tendência de queda de receitas da telefonia fixa”, afirmou.
Segundo ele, a tendência foi revertida com a aposta na televisão e na convergência fixo-móvel.
“Ao entrarmos no negócio de televisão entramos em um negócio que é materialmente diferente da operação de bits e bytes, que é o nosso negócio de voz e dados”, frisou.
“Estamos no processo de redefinir as fronteiras do nosso negócio e de fazer uma abordagem de mercado cada vez mais segmentada”, acrescentou.
Bava lembrou que “o foco (do grupo) em termos estratégicos está no tripé Portugal, Brasil e África Sub-Saariana. “Vamos procurar crescer organicamente, alterando a concepção do nosso negócio”, disse.
“Acredito que os fundamentais do negócio continuam bons, que o nosso setor tem maior resiliência em relação a alterações de padrão de consumo dos consumidores”, concluiu.
Por Sérgio Gonçalves e Shrikesh Laxmidas