Por Tarmo Virki e Sachi Izumi
HELSINQUE/TÓQUIO (Reuters) - Três das principais fabricantes mundiais de eletrônicos, Nokia, Sony e LG Electronics, fizeram alertas nesta quinta-feira sobre quedas sérias na demanda e problemas que devem surgir à medida que a brutal recessão mundial abala os consumidores.
A maior fabricante mundial de celulares, Nokia, reportou queda pior que a esperada em seu lucro no quarto trimestre, e alertou que os celulares haviam entrado em seu pior ano, com previsão de queda de 10 por cento em termos de volume com relação a 2008.
No Japão, a Sony, fabricante dos TVs de tela plana Bravia, das câmeras digitais Cyber-shot e dos consoles de videogame PlayStation, anunciou que seu prejuízo operacional neste ano fiscal seria superior ao projetado, atingindo os 2,9 bilhões de dólares, devido à queda na demanda, ao iene mais forte e à reestruturação de suas operações de eletrônicos, que atravessam uma crise.
A demanda dos consumidores por aparelhos eletrônicos caiu à medida que a crise financeira se ampliou para se tornar uma recessão generalizada que já engolfou os Estados Unidos e boa parte da Europa e também influenciou de maneira adversa os mercados emergentes, que vinham demonstrando resistência.
“O setor de bens eletrônicos de consumo está seguindo o mercado da habitação e o de automóveis para o território da crise”, disse Neil Mawston, da Strategy Analytics.
“Os consumidores reduziram inicialmente suas compras de maior valor, como automóveis, e agora começaram a adiar compras menores, como as de celulares”, ele disse.
A Nokia informou que os lucros implícitos por ação no quarto trimestre haviam caído em 46 por cento ante um ano antes, para 0,26 euro, o que fica abaixo da projeção média de 0,30 euro obtida pela Reuters.
As ações da empresa caíram em 5,8 por cento, para 9,64 euros, e as notícias criaram um clima adverso em todas as bolsas de valores européias.
A lucratividade na divisão de celulares da Nokia caiu à metade, ao seu mais baixo nível em uma década, e a Nokia informou que ela não atingiria sua meta de 13 por cento a 19 por cento de margem no primeiro semestre.