PEQUIM (Reuters) - Um filtro de softwares obrigatório na China deixa usuários vulneráveis a sites mal-intencionados que podem roubar dados pessoais ou instalar códigos em computadores pessoais, constataram pesquisadores da Universidade de Michigan.
O governo chinês exige a pré-instalação obrigatória do software “Green Dam” em todos os computadores novos fabricados ou enviados ao país até 1o de julho, sob a justificativa de que a medida irá proteger crianças da pornografia.
Muitas escolas já instalaram o programa, mas associações representantes de fabricantes de computadores da indústria norte-americana têm pedido ao governo chinês que reconsidere a exigência, com base em preocupações que variam desde segurança cibernética a performance do software até a liberdade na Internet.
Sites podem explorar as vulnerabilidades do software para controlar o computador, segundo o relatório dos pesquisadores Scott Wolchok, Randy Yao e J Alex Halderman, da Universidade de Michigan.
“Isso poderia permitir que sites mal-intencionados roubem dados privados, enviem spam ou registrem o computador em um botnet”, apontou o relatório.
“Alem disso, escontramos vulnerabilidades na forma como o Green Dam processa atualizações da lista negra, que possibilitaria com que desenvolvedores de software e outros instalem códigos mal-intencionados durante o processo de atualização.”
O programa Green Dam filtra palavras e imagens, bem como endereços de sites.
Uma vez intalado, o software automaticamente fecha o navegador Internet Explorer da Microsoft se o usuário tentar acessar um site que estiver na lista negra.
Oss departamentos de educação chineses continuam com as instalações do software, segundo a imprensa estatal.
Cerca de 4 milhões de computadores em todas as cerca de 1.500 escolas primárias e secundárias em Xangai serão equipadas com o Green Dam até o final do mês, relatou a agência de notícias Xinhua nesta sexta-feira.
Cerca de 48 por cento dos adolescentes chineses já visitaram sites de pornografia, segundo a agência, que cita uma pesquisa divulgada no mês passado pelo centro de pesquisas da juventudade chinesa.
Reportagem de Lucy Hornby